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quinta-feira, 6 de maio de 2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

História




Há quem diga que Vidago foi uma estância termal no tempo dos Romanos, que ali iam fazer as suas curas e tanto bebiam como lavavam os seus corpos nas santas águas, para curar os seus males. Sabe-se que o seu povoamento é muito anterior ao século XII, embora nessa altura não passasse de uma aldeia sem mais importância do que as circunvizinhas. É natural que o lugar já fosse povoado em épocas pré-romanas, como se deduz da arqueologia, da topografia e da própria toponímia locais, visto que não só a sua situação geográfica a tornava própria à defesa estratégica, como também a riqueza da região em águas minerais não seria desaproveitada pelos Romanos, que sempre usaram as nascentes termais, onde se encontravam.
Esta aldeia pequenina, que estava como lugar pertencente à freguesia de Arcossó, passava despercebida na geografia continental. Em 1863, Manuel de Sousa, lavrador desta localidade e natural da risonha aldeia de Vidago, vindo de uma das suas propriedades, ao passar pelo Souto, terreno pertencente a João das Fragas e Aurélia Rita, denominado “Palheiros”, debruçou-se sobre uma pequena poça para beber água, a qual nem para regar era aproveitada, visto a sua nascente ser insuficiente, perdendo-se na terra lavrada.
Manuel de Sousa, fosse pela sede que levava, fosse pelo destino que o celebra como achador da água, bebeu dela e achou-a picante, logo encontrando boa disposição no seu estômago, do qual sofria de enfartamento. Já que havia encontrado tal alívio, continuou a beber da mesma água, transmitindo depois o achado à sua parente D. Júlia Vaz de Araújo, que foi quem as levou, logo de seguida, ao conhecimento do Dr. Domingos Vieira Ribeiro, que tinha a sua residência em Chaves.
No mesmo ano da sua descoberta foram levadas para análises doze garrafas de água mineral, alguns espécimes de rocha, terra e resíduos, para o Laboratório da Escola Politécnica. Logo que as águas foram descobertas, e quando se faziam as respectivas análises nos laboratórios químicos de Lisboa e Porto, o Dr. António Vítor de Carvalho e Sousa, da aldeia de Vila do Conde, olhava com admiração a nascente da qual brotava a água que amainava o seu padecimento de gota que tanto o atormentava. Então, o Dr. Carvalho e Sousa, maravilhado com tão bom resultado deste achado, mandou fazer à sua custa a fonte que primeiro teve a honra de figurar no local da emergência.

vidago


Vidago é uma freguesia portuguesa do concelho de Chaves, com 6,40 km² de área e 1 186 habitantes (2001). Densidade: 185,3 hab/km². É conhecida pelas suas águas.
Vidago está situada a quinze quilómetros de Chaves, sede do concelho a que pertence. Fica na zona sul da circunscrição, sendo atravessada pela estrada nacional nº2. A vila está localizada no fundo de um vale apertado onde confluem o rio Avelames e a Ribeira de Oura, em cujas margens se plantam videiras. Em volta estão as serras do Alvão e da Padrela.
A norte está o pico de Santa Bárbara, local de grande passado nacionalista. O vale, em tempos muito arborizado está agora mais despido de vegetação, por ter sido, na década de 80, vítima de incêndios devastadores.
Vidago é ainda conhecido pelas suas águas termais e pelo ex-libris da vila: Vidago-Palace Hotel. As águas de Vidago, muito especialmente as da nascente n.º 1, de uma alcalinidade superior a qualquer água portuguesa, excedem também em alcalinidade a de Vichy. Na Europa só há outra estância, onde se dão injecções de água viva, Uriage (França). Tais injecções são intramusculares, para a cura de eczemas, coriza hidroreica, urticária, bronquites, asma, etc.
Martiniano Ferreira Botelho (1853-1939) foi um médico, farmacêutico e político português que escreveu a sua tese de doutoramento sobre as águas de Vidago: "Breve estudo sobre as águas alcalino-gazósas das Pedras Salgadas", que se encontra disponível na Biblioteca Nacional Digital.