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terça-feira, 4 de maio de 2010

História




Há quem diga que Vidago foi uma estância termal no tempo dos Romanos, que ali iam fazer as suas curas e tanto bebiam como lavavam os seus corpos nas santas águas, para curar os seus males. Sabe-se que o seu povoamento é muito anterior ao século XII, embora nessa altura não passasse de uma aldeia sem mais importância do que as circunvizinhas. É natural que o lugar já fosse povoado em épocas pré-romanas, como se deduz da arqueologia, da topografia e da própria toponímia locais, visto que não só a sua situação geográfica a tornava própria à defesa estratégica, como também a riqueza da região em águas minerais não seria desaproveitada pelos Romanos, que sempre usaram as nascentes termais, onde se encontravam.
Esta aldeia pequenina, que estava como lugar pertencente à freguesia de Arcossó, passava despercebida na geografia continental. Em 1863, Manuel de Sousa, lavrador desta localidade e natural da risonha aldeia de Vidago, vindo de uma das suas propriedades, ao passar pelo Souto, terreno pertencente a João das Fragas e Aurélia Rita, denominado “Palheiros”, debruçou-se sobre uma pequena poça para beber água, a qual nem para regar era aproveitada, visto a sua nascente ser insuficiente, perdendo-se na terra lavrada.
Manuel de Sousa, fosse pela sede que levava, fosse pelo destino que o celebra como achador da água, bebeu dela e achou-a picante, logo encontrando boa disposição no seu estômago, do qual sofria de enfartamento. Já que havia encontrado tal alívio, continuou a beber da mesma água, transmitindo depois o achado à sua parente D. Júlia Vaz de Araújo, que foi quem as levou, logo de seguida, ao conhecimento do Dr. Domingos Vieira Ribeiro, que tinha a sua residência em Chaves.
No mesmo ano da sua descoberta foram levadas para análises doze garrafas de água mineral, alguns espécimes de rocha, terra e resíduos, para o Laboratório da Escola Politécnica. Logo que as águas foram descobertas, e quando se faziam as respectivas análises nos laboratórios químicos de Lisboa e Porto, o Dr. António Vítor de Carvalho e Sousa, da aldeia de Vila do Conde, olhava com admiração a nascente da qual brotava a água que amainava o seu padecimento de gota que tanto o atormentava. Então, o Dr. Carvalho e Sousa, maravilhado com tão bom resultado deste achado, mandou fazer à sua custa a fonte que primeiro teve a honra de figurar no local da emergência.

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